segunda-feira, agosto 04, 2003

O tempo das pedras

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Recolho pedrinhas para logo depois as redistribuir pelo areal
Pego-lhes e elas deixam... sem estrebuchar...
Arremesso-as em piruetas, num directo cruel,
Ou num pousar de mansinho
Segundo os meus caprichos impensados
Selo cada despedida com um beijo salgado de boa sorte
Afinal, já cá estão há........... e até............ cá ficarão.
Se pensam, logo existem... e se existem, logo pensam??
E o que pensarão deste colo entre os meus dedos?
E do sequestro desta praia? E do abandono?
E dos vestidos de tintas que lhes penso?
Ah! Ah! Ah!... NADA!... Mas penso eu...
... e que interessa?
Esse intervalo de tempo não existe para elas!
Quantos instantes das suas vidas estarão submersos
Na cor e no verniz da minha existência inteira?